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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Quando o silêncio fala

Quando os lábios ficam mudos,
o olhar fixo
e o pensamento pára.

Quando as mãos se fecham
E a boca se cala.

O verbo se perde
e o coração bate.

Então o silêncio fala...


Ricardo LA

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

À Venda

Vendo tudo o que me acontece
decidi logo de uma vez:

Vende-se tudo o que me acontece.


Ricardo LA

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Utopia

Ninguém vai longe sem poesia.

Mas em pouco tempo e com muitos versos
se chega à Utopia.


Ricardo LA

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Estrela da Manhã

Desde que o Sempre teve início
O Fim parece nunca chegar

O Sonho então se molda
De um pesadelo quer despertar

Rios param de correr
O próprio vento para de soprar

E chega então o dia
Que faz a primeira luz brilhar

Para que o Anjo uma vez Caído
Possa enfim se levantar.


Ricardo LA

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Nocturne

A noite é tanta
tão calma, tão ampla
e escura que me faz pensar.

O sol até canta
mas eu só me encanto
é com a luz da lua refletindo no mar.


Ricardo LA

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Promessa

Me despeço do calor
Com um gole de água fria

Dizendo a verdade
Que na verdade você já sabia

Com raros e poucos versos
Te visto de poesia

Tudo o que você já quis
Hoje mesmo eu te daria

E só para não te deixar esquecer:

Eu troco a vida inteira
Por um momento daquele dia.


Ricardo LA

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Semente

A árvore da vida entrega seus frutos.
Maduros, cheios de sabor e saber.
Roda repetida, sabedoria sabida,
Ávida vida que quer renascer.


Ricardo LA

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

100tido

Desfazendo a frase feita
Se recusa o sentido

e se aceita sentido nenhum

A frase fica sem sentido
O texto, sub ou mal-entendido
Sem nenhuma explicação

E então toda palavra fica livre
de qualquer interpretação.


Ricardo LA

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Todas as Horas Vazias

E o tempo passa, parado
Gota a gota que pinga

e pinga.

e pinga.

Da boca da torneira
Até o umbigo da pia.

Como se preenchesse de muito
Todas as horas vazias.

Secando as lágrimas
De quem quase nunca sorria.

Deixando quem mal amava
Bem-casado com a alegria

Fazendo da noite escura
De repente a aurora do dia.

Enfim descobrindo
Tudo aquilo que não sabia.

Então o que nunca mais era
A partir de agora seria.




Ricardo LA

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Peter Pan

Sou um estranho na minha cidade.

As caras que eu via
O sorriso que ela sorria
As ruas que eu conhecia
Já não são mais iguais.

Nem a chuva é a mesma.
As luzes parecem todas presas
Nessas infinitas noites artificiais.

Eu quero o que antes eu tinha
E hoje não vejo mais.

Eu quero a vida sem responsabilidade
E quero ter hoje a mesma idade
Que eu tinha há tempos atrás.


Ricardo LA